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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A ESCOLA QUE QUEREMOS

A sociedade convive, apesar do renascimento democrático há mais de 20 anos, com um modelo de educação democrática que para muitos ainda é uma incógnita. Não se compreende os objetivos da progressão continuada, o ciclo de formação humana. Nos pressupostos teóricos de Paulo Freire, Vygostik, Wallon e Piaget podemos afirmar de maneira elementar que se trata de uma educação respeitadora da individualidade ao mesmo tempo da coletividade e diversidade que valoriza a bagagem histórica e cultural do educando. O ponto de partida é o educando em si e sua realidade tratada de maneira crítica e significativa para a vida.
Para Freire (2002, p. 96): O que importa é que a escola de nossa atualidade eduque seu aluno e suas famílias no sentido da responsabilidade social e política, de que somos tão carecentes ainda. Responsabilidade que só se ganha vivendo. Que só se obtém inserindo em projetos onde seja ela experimentada.
Na perspectiva da visão dos teóricos da escola progressista, a filosofia do PPP (Projeto Política Pedagógico) da escola E.E.: “Geraldo Santana dos Santos” está focada para o desenvolvimento de um processo educativo centrado no aluno e na sua realidade sócio, histórico, econômico e cultural que busque a tomada de consciência, orientada para a ação desta responsabilidade sócio-política.


Neste sentido o tempo-espaço da sala de aula se expande à família, à sociedade e ao mundo em diversos contextos. O objeto de estudo torna-se a própria realidade no laboratório das experiências diárias e contextualizada ao momento de vida do educando, justificada na busca de significância e motivação do ensino e da aprendizagem. Sob esta ótica orientada pela disciplina de Sociologia (professora Vandilene Francisca Gomes), Língua Portuguesa (Professora Rosilda de Farias Passos),  um grupo de alunos do II Segmento da EJA e do Ensino Médio acompanhados também pelo diretor professor Edvaldo Bernardino de Farias, professor Aloísio Bernardino de Farias e o Tec. Adm. Educacional Reginaldo Braga  aventuraram-se nestas experiências de compromisso social e político. No dia 25/11/2010 a escola participou da sessão na Câmara Municipal de Santo Afonso/MT com o objetivo de tomar ciência das competências de uma Câmara Municipal e do funcionamento de uma sessão como parte de tema e objetivos da sala de aula.
O momento foi além das expectativas. Foram apresentadas as indicações dos vereadores presentes Fidelcino Mendes de Brito, Gilberto Bernardino de Farias, Pedro Caldeira, João Rodrigues e Nelson Arcanjo Nunes. A sessão foi iniciada pelo presidente da Câmara Fidelcino Mendes de Brito. Na íntegra foi requerido: 1) a conclusão da obra de pavimentação no município; 2) a abertura da estrada vicinal Assentamento São João à Gleba União em razão da facilidade para locomoção dos alunos à escola Geraldo Santana dos Santos e para o escoamento da produção deste assentamento e dos produtores rurais; 3) reparos na estrada Santo Afonso-Gleba União e na estrada que liga o trecho da Fazenda Quibiquira à Gleba União a fim de possibilitar o transporte escolar; 4) compra de um freezer para a escola municipal; 5) proposta de realizar em 2011 a “sessão itinerante” do Legislativo nas escolas. Outra notícia recebida com muita alegria foi o inicio da construção das instalações onde funcionará  em breve a fábrica de adubo orgânico.
Fomos agraciados pela oportunidade na “Tribuna Livre” na qual a professora Vandilene, o professor Edvaldo e o estudante Cezar Afonso Alves Felix (1º ano do Ensino Médio) fizeram seus pronunciamentos direcionados ao compromisso escolar na formação cidadã e como parceiros comprometidos com a melhoria da qualidade de vida da população.
Esta esperiência é parte da relação teoria e prática do PPP. Ele está orientado para os princípios democráticos e a concretude da teoria da sala de aula. Isto se consegue a partir do momento em que a escola faz uma reavaliação de sua proposta curricular. Entendemos que precisamos despertar, incentivar a atitude crítica do aluno propondo um currículo que leve para a sala de aula os fatos sociais, econômicos e políticos, assim como instrumentalizar o educando para assumir a atitude crítica dirigida para esta ação.
Após a elaboração textual pelos alunos orientada pelas professoras Rosilda  e  Vandilene, sobre a visita do grupo escolar à câmara municipal, os próprios alunos repassarão o que foi tratado aos demais, com o objetivo de se criar um diálogo de reflexão crítica sobre a relação do papel social da escola e o poder legislativo.
A escola precisa derrubar a cultura do senso comum sobre conceito de crítica. Os críticos são vistos como pertubadores da ordem e não como analistas e colaboradores com direito de atuar na busca de respostas para os desafios sociais. Agindo assim, a escola assume sua função social de preparar o aluno para participar ativamente na construção da sua própria história.

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